Cristiano Alves
crilves@yahoo.com.br
Como já diz o bom e velho ditado: "Tudo como dantes no quartel de Abrantes". Esta é a situação do Fluminense que em menos de seis meses foi do céu ao inferno, sem ao menos ter passado pelo purgatório, ou seja, o time que outrora vivia a doce perspectiva de finalmente ter um rumo, volta a ter o dissabor de uma realidade cruel e de um futuro incerto, com o rompimento da parceria com a empresa EJE. A renúncia de Elmano Portugal à presidência, só confirma que a parceria entre a empresa e o clube foi efêmera, o que nos remete a mesma história de sempre, com os velhos abnegados segurando o velho tricolor para não sucumbir de vez.
Os dirigentes da EJE viveram as agruras de uma campanha mal sucedida em 2008, com pouco tempo de preparação e montagem do elenco. A situação mudou e a boa organização teve como conseqüência, um ótimo papel do tricolor feirense no certame estadual com a terceira colocação geral e a classificação da Série D. Agora, na hora do "filet mingnon", os cartolas tiram o time de campo deixando apenas o osso para ser roído pelos velhos abnegados do clube.
O enredo é quase o mesmo de um filme já batido no próprio Flu, porém Jodilton Souza e Elmano Portugal deram um final diferente, ou seja, o amor ficou em segundo plano e o profissionalismo prevaleceu. A saída se deu porque os dirigentes não queriam se desgastar, nem sofrer maiores prejuízos financeiros, já que para tocar o Touro do Sertão se faz necessária uma pessoa com "bala na agulha" para poder sustentar o time que continua sem estrutura, dependendo de magnatas que queiram brincar de fazer futebol até o dia em que cansam de ficar injetando dinheiro do próprio bolso no clube.
Não se discute a intenção da EJE no tricolor feirense, nem se pode condenar os dirigentes por esta retirada, até certo ponto, repentina. No entanto esta saída deixa no ar duas situações, que podem ser rotuladas como justificativas para tal atitude: ou os cartolas não foram compreendidos no seu projeto e por conta disso não encontraram apoio, ou na verdade o Fluminense não é colocado em primeiro plano a nível esportivo na cidade. Não é possível, que um município com tantas indústrias e um comércio forte, além de contar com deputados e um senador da República, não se forme um grupo de pessoas e instituições capaz de investir no clube para ter um retorno, já que o futebol é popular e um meio de mídia relativamente barato para seu alcance.
Agora, o futuro do clube é uma incógnita, mesmo reconhecendo o esforço de algumas pessoas, que formaram uma comissão e estão lutando para manter o Fluminense firme. Comissão à parte, seria bom antecipar as eleições presidenciais até porque a "fila tem que andar" e o time precisa tomar uma direção. É lamentável a atual situação, mas os cartolas que estiveram à frente do tricolor tiveram um grande mérito: mostraram que o time é viável e com bons projetos, pautados na organização, o Touro do Sertão pode sonhar com dias melhores.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário