sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Tempo de trégua


Cristiano Alves

A fase de ida do 1º turno do Campeonato Baiano terminou e o Fluminense cumpriu a risca a sua meta de ficar entre os quatro primeiros na classificação geral. Mesmo o time apresentando altos e baixos, 50% do caminho de volta ao cenário nacional foi cumprido, ou seja, o tricolor feirense já está com um “pé na Série D” e se mantiver a mesma regularidade, no segundo semestre vai voltar a disputar um Campeonato Brasileiro, após sete anos. Diante desta situação um questionamento: não seria a hora do torcedor dar um tempo e ao invés de vaiar o time, como vem acontecendo de forma freqüente, incentivar e aplaudir os jogadores, mesmo nos momentos de erros?


A verdade é que a relação do Fluminense com a sua torcida é paradoxal e complicada de entender. Como pode, o time fazer uma campanha excelente e a torcida ao final de cada partida vaiar o grupo? É difícil de entender, mas já surgiram algumas explicações: uns acham que o time não é confiável, outros acham que o técnico inventa demais e há até quem ache que falta carisma dos dirigentes, como se estes trocassem as suas roupas engomadas por calção, camisa e chuteiras e entrasse em campo para resolver a falta de produção do ataque ou a falha de marcação no meio-campo. Será que Jodilton Souza vai ser o lateral-direito que o time necessita? Elmano Portugal será o camisa 10 tão cobrado desde o começo da competição?

Explicações à parte fica comprovado mais uma vez que torcedor é torcedor mesmo. Se levado em conta tudo o que é dito, sinceramente, ninguém será dirigente, treinador ou jogador porque afinal de contas, todos têm suas preferências. A verdade é que a “grande” torcida tricolor está cobrando algo que dificilmente o Flu conseguirá: a perfeição.

Devemos comparar o Touro do Sertão a um filho, que nos dá alegrias, mas que também erra feio. Como um bom pai, que repreende os erros, mas aplaude os acertos, torcedor deve pegar o Fluzão “no colo” nesse momento e apóia-lo para que finalmente assuma a sua posição de grande clube. O problema é que enquanto tem dois ou três lutando por isso, quatro ou cinco estão torcendo contra, demonstrando a total desunião fator que contribuiu praticamente para todas as desgraças vividas pelo time durante anos.

Não importa se Nazareno improvisa um lateral, se inventa um meia, ou se demora para substituir. Não importa francamente se Jodilton e Elmano estão no clube por amor ou interesse. O que realmente importa é que estas pessoas estão contribuindo para que o tricolor feirense possa um dia voltar a ser o que foi no passado. Ainda não se ganhou nada, mas o exigente torcedor que espetáculos ao invés de triunfos que tragam resultados mais eficazes, como a conquista de um título, ou a garantia de uma vaga em um certame nacional.

Infelizmente hoje não se pode mais aliar a arte com objetividade. Temos exemplos disso bem claros: na Copa de 1982 tínhamos a melhor seleção, de grandes craques, mas faltou a objetividade e por isso não fomos campeões. Já em 1994, com um futebol pouco confiável conseguimos ergue o caneco.
Mais importante do que “show” é classificar o time para a fase final e isso Nazareno e seus comandados têm feito bem. Cabe agora a torcida repensar a sua atitude e pelo menos agir de uma forma mais consciente incentivando os atletas em campo e logicamente vaiando os adversários. Se todos cumprirem a sua parte, o Fluminense finalmente começará a trilhar um novo caminho.

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